sábado, 6 de junho de 2015

Teoria - Aprendendo com Las Vegas e os movimentos pós-modernistas.

Oi gente, hoje irei falar um pouco de teoria da arquitetura e o assunto em questão é uma análise e comparação do livro cânone da arquitetura pós - moderna, esse livro é Aprendendo com Las Vegas do ganhador do Pritzker Robert Venturi, e com participação de sua esposa Denise Scott Brown e Stven Izenour, comparando com os movimentos pós modernos que se sucederam.




Em síntese o livro Aprendendo com Las Vegas trata-se da discussão do simbolismo na arquitetura, baseado num estudo feito pela strip de Las Vegas, além disso, é uma crítica ao modernismo, pois os autores consideram tal movimento dogmático e utópico e nos mostram como podemos aprender com a paisagem existente e comercial dita feia e banal.
A condição da arquitetura moderna era ser a solução para os problemas funcionais e morais, era o esforço totalitário para impor uma única verdade, mas essa condição mudou conforme o tempo e os hábitos e assim explodiu novas formas e variedades de estilos, tais como o pós-moderno, o hight – tech, orgânico a revivência clássica e o desconstrutivismo e viu-se que a tecnologia, aliada com a liberdade econômica e as políticas disponíveis muda a arquitetura para rumos inesperados.



 A condição pós- moderna sugeria a integração de estilos novos e antigos, ela é contra a racionalidade que a arquitetura moderna ditava e também rejeita o compromisso que o modernismo retinha com o desenvolvimento social, diante da padronização da sociedade industrialista eles valorizam as diferenças, e é justamente a contraposição do universal ao local que leva os arquitetos pós-modernos a reabilitar os traços da história, exemplo disso foi o gesto inicial da fundação do movimento pós-moderno na Bienal de Veneza (1980) que faz apelo a história através do documento inicial teórico. Os pós-modernos procuravam vincular sua proposta estética à emergência de um novo contexto social, ele pretende superar o modernismo na medida em que se coloca mais integrado aos novos tempos. É dada a Ênfase na questão da diferença.
E é justamente neste contexto que Robert Venturi entra, pois ele tenta combater a monotonia dessa arquitetura univalente, buscando sempre valorizar a complexidade dos múltiplos contextos sociais. Além de recuperar os aspectos Kitsch de Las Vegas, integrando as formas de uma arquitetura banal aos cânones acadêmicos.



Com relação à semiologia e estruturalismo, pelo contexto histórico sabemos que estruturalismo é tudo aquilo que é encarado com o uma estrutura, o todo é mais que a soma das suas partes e é dada uma ênfase aos elementos estruturantes, para um estruturalista o seu objeto de estudo é visto como um sistema em transformação, as leis básicas do método estrutural são: definitiva conceituação de sua totalidade, saber quais leis regem as transformações dentro do sistema e quais os critérios de auto-regulamentação. Essa abordagem estruturalista Saussureana é expandida para vários campos de atuação, inclusive na arquitetura, sendo Venturi um dos seus principais expoentes.  Sendo a semiologia uma ciência que se dedica ao estudo dos signos e que a semiologia surgiu a partir do estruturalismo Saussureana, então,   é através da comunicação que o arquiteto estruturalista dialoga com o público e a noção de símbolo começa a abranger uma dimensão pública.
imagem da web.

Essa preponderância da mensagem leva a arquitetura a se aproximar da publicidade adquirindo mais uma função de persuasão. O símbolo fala para além do que é dito.
Mais uma vez Robert Venturi entra no contexto cultural da época e procura demonstrar como o espaço urbano, fragmentado em partes descontínuas, descobre um modo de interligação por meio dos sinais, é quando o símbolo domina o espaço. Com ele a própria materialidade dos edifícios é redefinida e segundo o próprio: “... a iconografia arquitetônica de hoje está ligada a arte e publicidade.” Não há mais ambiguidade tudo é explicitado.
Já no período designado como pós- estruturalista o método estrutural começa a ser flexibilizado e a abranger a cultura do século XX, o pós- modernismo arquitetônico já é um pós - estruturalismo e Venturi busca construir uma malha estrutural para a produção crítica da arquitetura. Essas estruturas manifestam-se de diversas formas na arquitetura e uma maneira própria do pós-estruturalismo de trabalhar a desconstrução, são as combinações dos pares binários (estrutura e decoração, abstração e figuração, figura e fundo, forma e função) e essa desconstrução tem presença assídua nos projetos de Venturi, um exemplo disso é a Casa Connecticut onde a parte central da casa que pela “lógica moderna” seria a sala, ele colocou a cozinha e a fachada principal não é a entrada da casa, mas sim os fundos.

CasaVanaVenturi - R, Venturi
imagem da web.

Relacionando o livro e seus autores, principalmente o Robert Venturi, com o contexto cultural da época podemos ver que o livro se encaixa em quase todas as correntes de pensamento e produção arquitetônica depois do modernismo, movimento do qual eles criticam, iniciando pelo movimento pós-moderno onde a máxima era a interligação de novos e antigos estilos, Venturi mostra que consegue fazer isso através de seu primeiro projeto a Casa de Vana Venturi, como por exemplo: onde ele usou a cumeeira como um dos pontos centrais do projeto. O estruturalismo e o pós-estruturalismo onde ele levou essa filosofia para o campo teórico da arquitetura bem como em alguns de seus projetos, exemplo disso é a Casa Connecticut. E também se insere no regionalismo crítico, pois enquanto essa corrente de pensamento tenta se opor ao deslocamento e a falta de significado da arquitetura moderna e usa forças contextuais para devolver-lhe um senso de lugar e significado o autor Robert Venturi também faz parte desta corrente de pensamento quando projeta a Casa em  Katonah em Nova York 1975, onde faz uma manipulação consciente de elementos vernáculos locais com técnicas projetuais modernas.

Então gente é isso, essa minha opinião foi galgada através das aulas de história, de um artigo que li do Renato Ortiz ( reflexões sobre a pós modernidade: o exemplo da arquitetura) e de uma postagem da revista A.U sobre o assunto. 

Beijo da Say e continuem acessando.